domingo, 7 de setembro de 2008

Estado de fundo no fim-de-semana!

de Roger Ballen


Cotidiano n°2

Vinicius de Moraes
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Há dias que eu não sei o que me passa
Eu abro o meu Neruda e apago o sol
Misturo poesia com cachaça
E acabo discutindo futebol

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Acordo de manhã, pão sem manteiga
E muito, muito sangue no jornal
Aí a criançada toda chega
E eu chego a achar Herodes natural

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Depois faço a loteca com a patroa
Quem sabe nosso dia vai chegar
E rio porque rico ri à toa
Também não custa nada imaginar

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Aos sábados em casa tomo um porre
E sonho soluções fenomenais
Mas quando o sono vem e a noite morre
O dia conta histórias sempre iguais

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

Às vezes quero crer mas não consigo
É tudo uma total insensatez
Aí pergunto a Deus: escute, amigo
Se foi pra desfazer, por que é que fez?

Mas não tem nada, não
Tenho o meu violão

1 comentário:

Anónimo disse...

Teresa.
Voltei, está tudo bem. Menos um pedaço que estava entupido.
Gosto muito de Vinicius. É um poeta da palavra flutuante, que indaga de nós um pensamento, uma resposta.
É um poeta da desfaçatez dos conceitos precisos.
Um sonhador de ideais pecaminosos, numa sociedade de vicio e preconceito.
Um beijinho para ti